quarta-feira, 7 de setembro de 2011

sobre lanternas verdes, anéis ou só filosofia barata

fui ao cinema esta semana com  Gianluca ver Lanterna Verde. não curto ficções científicas, mas Lanterna Verde tem um ponto, um algo, um quê daquilo que nos faz pensar nas nossas  durezas  reais. primeiro, a lição do medo. humanos temem o medo, humanos excepcionalmente humanos, aprendem a lidar com o medo e o encaram. assim, de frente, feito toureiro  e touro.

dizem  que o medo é responsavel pela preservação da espécie humana, não fosse ele, e quem sabe, a raça ja estivesse extinta. não duvido. mas a gente não quer temer e o mundo não tolera gente medrosa. somos induzidos a todo momento a demonstrar  força e coragem. ter medo é coisa de fracos. você não pode fraquejar, você nasceu pra vencer, você pode, você consegue, você, você e você! as prateleiras das livrarias estão abarrotadas de guias prometendo verdadeiros milagres pra quem aprender a não se curvar diante dele. até que você descobre que nessa luta é você com você ou no máximo, você com sua terapeuta ou você com seus remedinhos. você não tem nada a provar, mas você não tem opção. e quando o medo não te paraliza, ele te empurra. e quando você o vence, acontece algo como se um punhado de energia retornasse ao teu corpo. uma reação química começa nas entranhas das suas células, entra na corrente sangúinea e sai pelos poros de uma forma fulgurante.

outro ponto que me levou a apreciar a trama, foi a possibilidade de o representante da ordem dos lanternas na terra, assim como todos os demais, criarem realidade com tudo que a imaginação de suas cabeças fosse capaz de projetar. ficção pura, ou nem tanto?

a realidade é o que eu crio, pois meu cérebro não distingue entre uma imagem “real” e uma imagem “imaginária”. sou eu quem cria as estruturas, os eixos, as categorias, as gavetinhas. portanto, posso criar outras estruturas de pensamento e portanto, eu posso criar sim uma realidade particular.

eu sabia muito bem fazer isso, e garanto, funciona.  Sigo, reaprendendo a projetar gostosuras e bonitezas. afinal, "a tinta de escrever, por suas forças de alquímica tintura, por sua vida colorante, pode fazer um universo, se apenas encontrar seu sonhador." (Gastom Bachelard)