(Sem tempo para escrever, reproduzo alguns rabiscos)
Todo dia ele cumpre o mesmo ritual. Chega, dá uma volta no pátio sem nunca mudar a direção. Não se apressa, nem altera o semblante. Ele não se encaixa em nenhum padrão de normalidade, mas é feliz. Vive num mundo que é só seu e no qual imagino que nunca poderei adentrar, muito menos entender.
Aos olhos de alguns ele vive enclausurado em seus próprios pensamentos, os meus ousam ver nele uma pessoa mais livre do que muitos.
A mãe passou a vida a perambular pelas ruas mendigando esmolas e algumas carícias dos bêbados que descançavam nas praças da cidade.
Ele, viveu o infortúnio de ser mais um abandonado a viver de migalhas, até ser acolhido e ter uma vida decente, embora já fosse tarde, tarde demais para ousarem fazer dele uma pessoa "normal".
Mas é feliz. Ele não se preocupa se a roupa que veste está na moda, se os cabelos brancos denunciam sua idade, se seu comportamento vai ser aprovado, se vão achá-lo um tolo feliz, um pobre coitado, se vão rir do seu jeito de dançar, se vão achar estranho que fale dele pra ele mesmo... Ele não entenderia por que nessa sociedade tão organizada e normal nem sempre se pode ser autêntico.
Todo dia ele cumpre o mesmo ritual. Chega, dá uma volta no pátio sem nunca mudar a direção. Não se apressa, nem altera o semblante. Ele não se encaixa em nenhum padrão de normalidade, mas é feliz. Vive num mundo que é só seu e no qual imagino que nunca poderei adentrar, muito menos entender.
Aos olhos de alguns ele vive enclausurado em seus próprios pensamentos, os meus ousam ver nele uma pessoa mais livre do que muitos.
A mãe passou a vida a perambular pelas ruas mendigando esmolas e algumas carícias dos bêbados que descançavam nas praças da cidade.
Ele, viveu o infortúnio de ser mais um abandonado a viver de migalhas, até ser acolhido e ter uma vida decente, embora já fosse tarde, tarde demais para ousarem fazer dele uma pessoa "normal".
Mas é feliz. Ele não se preocupa se a roupa que veste está na moda, se os cabelos brancos denunciam sua idade, se seu comportamento vai ser aprovado, se vão achá-lo um tolo feliz, um pobre coitado, se vão rir do seu jeito de dançar, se vão achar estranho que fale dele pra ele mesmo... Ele não entenderia por que nessa sociedade tão organizada e normal nem sempre se pode ser autêntico.
Ele não segue fórmulas prontas de comportamento. Pra falar a verdade ele nem as conhece. Inventou um jeito próprio de viver e vive num eterno processo de desnormalização como se no mundo só existisse uma forma de ser: a sua. Talvez ele prefira não ser mais um, genérico, normal ou normótico. De cara limpa, desfez-se das máscaras e encontrou a fórmula para uma vida saudável e feliz.
Enquanto isso no país dos normais, seres humanos inteligentes, livres e iguais assistem a belíssimos espetáculos teatrais! Bem vindo ao país do "faz de conta."
Faz de conta que eu sou como você, que gosto de festas e de glamour, que eu tenho dinheiro pra manter as aparências, faz de conta que eu me mantenho firme nas minhas verdades e fiel às minhas convicções mesmo quando minhas idéias não estão de acordo com as do chefe da minha empresa, faz de conta que a minha boca fala exatamente o que meu coração sente, faz de conta que sou sempre equilibrado, que nunca perco o controle, que eu não uso máscaras exceto nos bailes à fantasia. Faz de conta que...
Faz de conta que eu sou feliz assim.
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