terça-feira, 21 de junho de 2011

Taare Zameen Par – Every Child is Special


Belo, sensível, impactante...

Taare Zameen Par – Every Child is Special, com tradução de " Como Estrelas na Terra - Toda Criança é Especial" é um filme de produção indiana  e uma obra prima do até então ator e produtor Aamir Khan, que no filme assume o papel do professor Ram Shankar Nikumbh.

O filme é o relato da história de Ishaan Awasthi, um garoto de nove anos, disléxico, que é incompreendido pela escola e sofre pelo desconhecimento e abandono dos pais, que se preocupam apenas em torná-lo produtivo, competente para o trabalho e apto à concorrência.

Na escola, Ishaan é dispersivo e encanta-se com um mundo que só ele vê. A mente criativa e prodigiosa do menino é ignorada pelos professores. Na sala de aula, os algarismos da prova adquirem vida e travam com ele, uma incrível batalha intergalática. Ishaan ignora os significados dos códigos, para ele o  mundo é de um colorido e de um ritmo bastante diferente do que vive na sala de aula. Ele se encanta com o vôo das borboletas, com os pássaros que alimentam os filhotes  e com os pingos da chuva nas poças d'água.  As nuvens são seu chão firme. O menino sonha e seus sonhos não cabem no currículo escolar.

Diferente dos outros, Ishaan  sofre. Rotulado e estigmatizado, se isola.  Reprova de ano e é encaminhado pelos pais a um internato que costuma usar como marketing institucional explicar aos pais que são os melhores domadores de cavalos selvagens. Ishaan é entregue e própria sorte, abandonado intelectual e emocionalmente, tido como preguiçoso, relapso, desorganizado. Nada mais faria sentido pra ele, se Ram Shankar Nikumbh, um professor substituto não cruzasse seu caminho e o resgatasse desta triste história.

“Taare Zameen Par – Every Child is Special" , é um filme  questionador e instigante. Nos faz pensar sobre tantos Ishaans que por nós podem ter passado, incompreendidos, encaminhados equivocadamente  à escolas especiais, excluídos, rotulados.  Nos apresenta possibilidades de repensarmos os discursos que usualmente utilizamos para constituir os sujeitos os quais denominamos não aprendentes. Surge o desafio de que  nos interroguemos sobre a educação, a escola, o currículo, as competências, os alunos e as alunas, as diferenças, os olhares, os discursos, o padrão, o normal,  o fazer e o nosso não fazer pedagógico. Desafia-nos  a desapergar-nos da ideia das correções, para pensarmos outras relações de ensino e aprendizagem a partir das diferenças e a possibilidade de uma inclusão das diferenças na escola, uma oportunidade para estudar e experimentar pedagogicamente outras representações de diferença  que  escapem ao normalmente instituído pela escola como o lugar do desvio, da anormalidade ou da deformidade. Chama a atenção para como temos olhado e significado a "falta de atenção", "os erros", o "mau comportamento", "a falta de interesse", 'a incapacidade de ler e escrever" e tantas outras  formas de interpretarmos o cotidiano de uma criança que não está aprendendo.

É um filme que emociona pela produção, pela trilha sonora, pelas imagens, pela sensibilidade com que  foi criado, mas acima de tudo, pelo sentimento de que pela educação podemos impregnar de sentido a vida das pessoas e como dizia Paulo Freire, entender que  ensinar e aprender não pode se dar fora da boniteza e da alegria.

É preciso que ensinemos os saberes do mundo, mas também, que ensinemos e aprendamos os saberes do coração.

Agradecimento especial pela indicação deste filme ao amigo José Antonio Klaes Roig, educador e editor do blog Educatube, o qual indico a todos os educadores e leitores deste espaço.

Descrição da Imagem: Cartaz do filme - professor e aluno, de perfil sobre fundo manchado azul e amarelo e o nome do filme - Taare Zameen Par.

18 comentários:

José Antonio Klaes Roig disse...

Oi, Elis. Esse filme é mesmo uma preciosidade. A começar pela primorosa trilha sonora, com letras poéticas, efeitos visuais criativos e uma história, que apesar de ser contada em mais de 160 minutos, não cansa. Tua resenha amplia as possibilidades de recepção desse filme, principalmente pela perspectiva da educação em geral, e da educação especial, em particular.
Fico feliz em ter podido colaborar com essa indicação. Um grande abraço, Zé.

Sérgio Lima disse...

Opa Elis

Sua ótima resenha me animou de baixar o filme... verei o mais rápido possível.

abs

Professora Lu disse...

MARAVILHOSO... CHOREI MUITO NESSE FILME...
BEIJOSSSSS

Luiz N. Vieira disse...

ELIS!
Que maravilha de postagem, o mais impressionante é que você consegue nos envolver com sua extraordinária narrativa. Com isso estou neste instante assistindo o filme!
Agradeço pela oportunidade!
Abraços
Luiz

Fernandão disse...

Oi Elis!
Você não sabe, mas eu sou um Ishaan Awasthi, não era disléxico, mas tive muitos problemas de aprendizagem.
Não vi o filme, mas hoje cheguei até aqui por causa de outro filme... No grupo de amigos que tenho aqui de minha cidade alguém sugeriu que fosse postado filmes considerados como um dos melhores que já assistimos.
Coloquei o trailer de “Invasões Bárbaras”, cuja trilha sonora é L'amitié (amizade), e coloquei um link para uma antiga postagem em meu blog, e lá tinha uma música que vc me presenteou.
Saudade!

Elis Zampieri disse...

Zé, é sim uma preciosidade, assim como preciosas são as interações que construimos por aqui, mais uma vez obrigado pela indicação de tão rico material. Abração.

Sergio que bom que minha resenha te inspirou. Esse eu indico de olhos fechados! :-)

Professora Lu... Eu também :-)

Luiz, que bom que vens, e que bom que aproveitas!

Fernando, meu amigo querido. Que o que fizeram com a gente nos sirva de modelo - neste caso para não repetirmos os mesmos erros. Bom ter pessoas com tanta sensibilidade na educação. Te gosto muito, amigo! Volte sempre

juliana disse...

oi professora Elis sou sincera em te falar que quando foi falado que assistiríamos um filme não estava muito entusiasmada pois sempre é muito chato,mas quando começou vi que era maravilhoso me emocionei do começo ao fim as horas passaram,que nem vi espero que tenhamos outros momentos assim vai ficar marcado está aula em minha memória.bjos!!!
4°1 magistério.

Elis Zampieri disse...

Oi Juliana. Que bom saber que gostou. Educação é isso. E só faz sentido, se nos torna, e a nossos alunos mais humanos. Exercitemos então toda nossa humanidade no nosso fazer diário em sala de aula.
Um abração.

Anônimo disse...

Olá, obrigado pelo comentário lá no blog. Quanto ao filme, fiquei muito curioso e pretendo assistir. Abç!

taize disse...

oi professora adorei o filme boa escolha,e uma lição de vida para nos que vamos ser professores que todos ter direito de aprender igual,pois e o professor não pode excluir o aluno ele sempre tem um dom basta o professor observar. essa aula tocou todos nós.

Cliceli A.Kovalski disse...

Adorei seu blog e as sugestões de filmes que não conhecia.
estou te seguindo
aproveito para divulgar o meu
pedagogacliceli.blogspot.com.br

Anônimo disse...

Excelente escolha! Um filme realmente fantástico! Me agracia com uma visita ao meu blog?

http://profcelsoaraujo.blogspot.com/

Daniele Santos disse...

Olá, Elis!
Tenho um material bacana do Instituto Ayrton Senna e, como vc fala de educação por aqui, acho que poderia se interessar.
Me envie seu e-mail, por favor?
O meu é daniele.santos[a]cdn.com.br
Obrigada!

Anônimo disse...

Valeu a pena cada minuto assintindo esse filme!Como aluna e também como educadora fiquei plenamente emocionada( chorei um bocado...) pensando nos alunos que passam pelo mesmo problema. Quantos têm a felicidade de encontrar um professor como o do filme?

vɪvɪąɴɛ ąʍąʀąΐ ჱ disse...

oi prof...http://mundodaviveve.blogspot.com/
bju♥

Unknown disse...

Excelente filme, acabei de assistir e vai ser de grande ajuda pois meu enteado que tem 8 anos é disléxico. Me emocionei muito.

Unknown disse...

Excelente filme, acabei de assistir e vai ser de grande ajuda pois meu enteado que tem 8 anos é disléxico. Me emocionei muito.

Unknown disse...

Excelente filme, acabei de assistir e vai ser de grande ajuda pois meu enteado que tem 8 anos é disléxico. Me emocionei muito.