R.E.M. - Rapid Eye Movement ou Rápido Movimento do Olhar, é o projeto literário idealizado pelo amigo, escritor e educador José Antonio Klaes Roig de quem recebi o convite para uma parceria. José Antonio mantém também outros blogs dentre eles o Letra Viva e o Control Verso. O projeto tem por objetivo a escrita de breves poemas e minicontos, além de pensamentos passageiros sobre coisas duradouras da vida real e virtual. Neste espaço nos revazamos na escrita e optamos por um ilustrar o texto do outro.
Esse trabalho me fez refletir sobre algumas práticas concebidas tradicionalmente pela escola como sendo formas mais eficientes de leitura e interpretação - a leitura de códigos e palavras em detrimento da leitura dos símbolos e imagens tão presentes no nosso cotidiano. A leitura não pode estar presa à compreensão de palavras e ao processo de alfabetização. Já nos alertava Paulo Freire que a leitura é bem mais que decodificar palavras: é ler o mundo.
Os estudos comprovam que as imagens possuem a vantagem de serem melhor memorizadas e que seu uso tem dado grande avanço no processo de aprendizagem infantil.
Se considerarmos o processo de aprendizagem de alunos com deficiência, a utilização de imagens como recursos auxiliares da escrita é fundamental. A dificuldade em interpretar e escrever de forma linear pode ser diminuída em função da utilização de imagens como apoio à função da memória.
O ato de ilustrar um texto que não de própria autoria, pressupõe um exercício de alteridade literária, considerando a necessidade de colocar-se no lugar do outro que escreve e de reconhecimento próprio, através do outro. Entendendo melhor a composição e temática das imagens, podemos chegar ao nível de entender o processo de construção de sentidos expressados em imagens, no qual jogam a intencionalidade do autor e interpretação inicial do leitor.
Vivencinado isso, destaco a importância de o professor utilizar-se de formas diversificadas e criativas de produção e interpretação de textos, explorar outras formas de leitura que não somente a dos códigos da escrita, estimulando a criatividade e o prazer em aprender.
2 comentários:
Oi, Elis, essa possibilidade da literatura, da arte e da cultura se entrecdruzarem na educação é um grande filão a ser explorado. Tua sensibilidade é grande e é uma grande dica aos educadores. Também, após teu comentário, estou pensando em trabalhar com essa poética das imagens e da questão da lateridade com alunos e professores. Um abração, amiga!
Ops, trabalahndo com educação especial tb, confundi o termo alteridade com lateralidade, no comentário acima. Heheheh. Tb quando tava nos creditos do mestrado, seguido trocava construtivismo que trabalhava na educação com concretismo na literatura e vice-versa. O pensamento tava certo, mas a escrita invertida. kkkk Um abraço, amiga.
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