segunda-feira, 6 de setembro de 2010

De mudanças, paixões ou inquietações

 Imagem: Dianne Poinski

A gente aprende tanta coisa nesta vida! Aprende a gostar. Sim, as vezes, o que falta de um lado, compensa-se de outro, o que parecia ruim, não é lá tão ruim assim. A gente aprende a dissimular, aprende a mentir e a enganar. Pior de tudo, quando a gente faz isso com a gente mesmo. Aprende a amar e a esperar menos das pessoas. Aprende a não criar tanta expectativa e a dar valor. Aprende a não querer subverter a ordem natual das coisas, aprende que há caminhos a serem percorridos e há que se ter obediência e resignação. Aprende a aceitar que boa parte do que se conquista é merecimento, que poucas coisas vêm de graça e que aquilo que te fará creditar força e  energia em si mesmo são aquelas a que te custaram uma boa dose de suor e lágrimas. Aprende a gostar mais de gente, a valorizar o calor de uma mão, a desejar o bem, a amar apesar de. A abraçar sem receio, a entregar-se sem restrição. Aprende a lembrar e a esquecer. Aprende a superar. E a gente supera tudo. Essa é uma verdade calcificante. A gente aprende a esperar e a superar nossas ansiedades juvenis. E a gente troca o querer pelo entender. Aprende que você nao tem a direção das coisas, ainda que tenha um bom projeto e que o bom da vida é isso, a inconstância, a não certeza, a imprevisibilidade, no quanto de graça tem a surpresa.

Este ano me reservou algumas, e entre esperas e saudades meu caminho vai se desenhando. No fim, talvez, tudo vire saudade. Talvez tudo dê certo. Talvez outros encontros, outras caras, outros abraços, talvez eu chore quando lembre. Talvez eu assuma uma nova função, talvez eu volte pra sala de aula, talvez eu realize sonhos, talvez frustre bons planos, talvez eu escreva para dizê-los. Talvez...

A propósito, este texto era pra dizer de outra coisa. Mas eu aceito o rumo que ele tomou, como dizia Quintana "A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira coisa... e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita"


2 comentários:

Karyne Noemy disse...

Hum...que texto, hein?
Palavras profundas, cheias de significado, sentimentos a flor da pele.
Abraços carinhosos para vc!
Até amanhã.

Elis Zampieri disse...

É, ja dizia um amigo, a gente escreve é pra se ler.
Abração pra você também, amiga!
Até hoje :-)