Hora qualquer do dia. Debruçada sobre a janela, vejo-o passando pela rua. É um jovem senhor, a barba e os cabelos brancos denunciam. A idade ou as agruras da vida.
Mas é jovem o senhor. O tio de cabelos brancos, que vende doces e cantarola uma melodia qualquer. Ele surge, e lá do finzinho da rua já se pode ouvir a algazarra da criançada lançando-se em disparada em sua direção. A gurizada se põe em volta do carrinho num empurra-empurra tentando garantir o doce preferido. Enquanto o tio, que mantém sempre o olhar sereno de quem sabe como resolver as coisas, tenta acalmá-los. Recolhe as moedas buscadas às pressas em casa, faz o troco e se diverte com a balbúrdia instalada. A criançada se ajeita na calçada e aos poucos vão dividindo os doces, uma mordida de cada um, até experimentarem todos. Ele, senta-se ao lado dos pequenos gulosos.
_Tio, me ajuda montar meu brinquedo!
Ele ajeita os óculos, aproxima o papel com as instruções do brinquedinho que viera grudado no doce, enquanto vai lendo as instruções.
Novamente a criançada se amontoa. O tio, só ri e pede calma. Em pouco tempo, com os brinquedos montados, elas voltam à brincar.
Vejo ali crianças, brinquedos, sorrisos, e sonhos infantis. A coisa mais linda que já vi até hoje. Porque criança sonha sem medo. Sonho de criança tem sempre asas longas, como pássaros que se lançam em vôos rasantes do alto do precipício, conduzidos ao mesmo tempo ao chão e ao infinito.
Agora ele se despede e segue pela rua aquecida pelo sol abrasivo de janeiro. Acho que vendeu tudo. Ele sempre vende. É feliz.
Mas é jovem o senhor. O tio de cabelos brancos, que vende doces e cantarola uma melodia qualquer. Ele surge, e lá do finzinho da rua já se pode ouvir a algazarra da criançada lançando-se em disparada em sua direção. A gurizada se põe em volta do carrinho num empurra-empurra tentando garantir o doce preferido. Enquanto o tio, que mantém sempre o olhar sereno de quem sabe como resolver as coisas, tenta acalmá-los. Recolhe as moedas buscadas às pressas em casa, faz o troco e se diverte com a balbúrdia instalada. A criançada se ajeita na calçada e aos poucos vão dividindo os doces, uma mordida de cada um, até experimentarem todos. Ele, senta-se ao lado dos pequenos gulosos.
_Tio, me ajuda montar meu brinquedo!
Ele ajeita os óculos, aproxima o papel com as instruções do brinquedinho que viera grudado no doce, enquanto vai lendo as instruções.
Novamente a criançada se amontoa. O tio, só ri e pede calma. Em pouco tempo, com os brinquedos montados, elas voltam à brincar.
Vejo ali crianças, brinquedos, sorrisos, e sonhos infantis. A coisa mais linda que já vi até hoje. Porque criança sonha sem medo. Sonho de criança tem sempre asas longas, como pássaros que se lançam em vôos rasantes do alto do precipício, conduzidos ao mesmo tempo ao chão e ao infinito.
Agora ele se despede e segue pela rua aquecida pelo sol abrasivo de janeiro. Acho que vendeu tudo. Ele sempre vende. É feliz.
Ficam elas. Enquanto algumas aindam saboreiam suas delícias - doces e brinquedos, outras retomam as brincadeiras interrompidas com o som agudo do apito do tio que vende doces, sorrisos e cantarola cantiga qualquer.
Já de volta, o pequeno Luca, olhos castanhos e bondosos, absorto entre seus pensamentos pueris quer saber:
_ Mãe, onde é a escola pra ser tio que vende doce?
_ Escola pra ser tio que vende doces? Querendo que explique melhor.
_ É. Tem aqui? É que eu quero ser tio que vende doce.
_ Hummm, tio que vende doces - repito tentando ganhar tempo.
Talvez ele esteja tentando dizer: " Mãe onde é a escola que faz gente feliz?"
Respondo que não existe uma escola pra ser tio que vende doce. Existe uma escola que ensina médicos, professores, engenheiros, veterinários, músicos e outras pessoas pra serem o que querem ser. Mas que aprender a vender doces, as pessoas aprendem numa escola diferente, uma escola que não tem paredes, muros, filas, carteiras enfileiradas, sinal, essas coisas. E que nesta escola as pessoas aprendem a vender sonhos e serem felizes.
_ Sonhos! Ah... Legal trabalhar na padaria, também.
Eu rio. Acho que ele é ainda muito jovem pra entender essas coisas. Mas quando crescer eu torço para que seja um bom vendedor de doces. E de sonhos.
Já de volta, o pequeno Luca, olhos castanhos e bondosos, absorto entre seus pensamentos pueris quer saber:
_ Mãe, onde é a escola pra ser tio que vende doce?
_ Escola pra ser tio que vende doces? Querendo que explique melhor.
_ É. Tem aqui? É que eu quero ser tio que vende doce.
_ Hummm, tio que vende doces - repito tentando ganhar tempo.
Talvez ele esteja tentando dizer: " Mãe onde é a escola que faz gente feliz?"
Respondo que não existe uma escola pra ser tio que vende doce. Existe uma escola que ensina médicos, professores, engenheiros, veterinários, músicos e outras pessoas pra serem o que querem ser. Mas que aprender a vender doces, as pessoas aprendem numa escola diferente, uma escola que não tem paredes, muros, filas, carteiras enfileiradas, sinal, essas coisas. E que nesta escola as pessoas aprendem a vender sonhos e serem felizes.
_ Sonhos! Ah... Legal trabalhar na padaria, também.
Eu rio. Acho que ele é ainda muito jovem pra entender essas coisas. Mas quando crescer eu torço para que seja um bom vendedor de doces. E de sonhos.
Um comentário:
Oi Elis!
Sou o típico egoísta... Adoro comentário no meu blog, mas tenho a maior dificuldade em comentar no blog dos amigos. Escrevo e escrevo, mas as palavras nunca ficam à altura.
Acabo apenas marcando presença.
É muito bom, em uma lista extensa como a nossa, criar laços afetivos com pessoas com as quais nos identificamos.
Lindo seu texto! Expõe de forma tangível a sutil doçura de uma autêntica vendedora de doces.
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