"Os limites da minha linguagem denotam os limites do meu mundo"...
Não me recordo de quem é a frase nem onde li. Ela me veio enquanto pensava sobre o quão importantes são os conhecimentos gestados coletivamente. A propósito, acho que conhecimento só se produz coletivamente.
A questão levantada pelo Robson Freire que dá o título à esse e ao post anterior, provocou e a mim continua provocando algumas sinapses. (voltando a falar em linguagem, comunicação... Neurônios também trocam ideias e são super conectados) :-)
Bom, compilei aqui algumas ideias que meus colegas andaram tendo e que acompanhei pelo reader. Alguns falam por mim, alguns deixaram meus neurônios em polvorosa.
Seguem:
Um trabalho didático que leve em conta a cultura em que a escola se insere, o tipo de vida dos alunos, e a visão de mundo que eles possuem neste contexto.
Trata-se de uma mudança de postura. De dentro para fora. Não basta repetir discursos. Pode-se começar amanhã, ao entrar em sala de aula e olhar no olho do aluno. Pode-se escolher apenas um. Talvez aquele que dê "mais trabalho". (Jenny)
- Ruptura e Reinvenção da Escola - Política da Terra Arrasada. Repensar completamente a escola em outros termos. É o caminho, conceitualmente mais simples e ao mesmo tempo de implementação prática mais difícil! Requer dirigentes com aquilo roxo, vontade política e esforços sincronizados de professores, dirigentes e políticos, e o que é pior, é uma solução de médio e longo prazo. Pra uma ou duas gerações!
- Reforma e Contra-Hegemonias Locais das Práticas Escolares - Quase sempre este é o caminho possível para quem não tem poder de decisão de políticas educacionais (eu e você que estamos no dia-a-dia da Escola). É complicado porque vivemos dentro de superestruturas rígidas e todo e qualquer movimento contra-hegemônico é doloroso e trabalhoso. Com muitos refluxos! (Sérgio Lima)
- Será que devemos concluir que a Escola é, por essência, conservadora e resistente à mudança?
- Devemos concluir que a tecnologia por si só não interfere nos hábitos humanos?
- Devemos mudar as formas metodológicas de abordagem do problema?
- Será que o problema é pertinente?
- Será que há muito discurso e pouca ação?
- Trabalhar por projetos seria uma solução viável?
- Há um comodismo generalizado por parte dos docentes?
- Não seria melhor derrubar tudo e começar do zero? (Robson Freire)
Para muitos professores a solução está na urgente mudança no/do currículo escolar. Eu também cheguei a defender uma mudança de currículo como forma de reinventar o ensinar-aprender mas, numa sociedade globalizada, num mundo internacionalizado como o que vivemos, que currículo, por melhor que seja, vai atender suas necessidades? O currículo continua composto de fragmentos e fundamentado no classicismo cartesiano. Traz blocos de conteúdos considerados necessários à formação do cidadão, delimita as estratégias de ensino-aprendizagem, estipula o método e critérios de avaliação, e mesmo que o discurso diga que o currículo é flexível, o que a escola quer é uma agulha apontando sempre numa mesma direção, pois ninguém consegue seguir uma bússola desorientada. Em verdade, poucos sabem o que significa um currículo flexível.... Porque se for flexível demais o professor corre o risco de não saber o que fazer, o pessoal técnico pedagógico não saber que rumo tomar, o aluno não se sentir orientado etc. (Franz)
O uso adequado das tecnologias e condições de interagir com as máquinas é, sem dúvida, essencial. Mas o nosso presente exige mais do que isso. O presente exige que essas cabeças pensantes, que pegam uma informação e a transformam em conhecimento, tenham uma nova postura diante da vida. A escola precisa, com urgência, introduzir uma cultura de sustentabilidade e da paz. O presente já exige que as pessoas sejam mais cooperativas e menos competitivas. O presente exige que a escola eduque para a vida sustentável, como explica Moacir Gadotti:
Vida sustentável é o estilo de vida que harmoniza a ecologia humana e ambiental mediante tecnologias apropriadas, economias de cooperação e empenho individual. É um estilo de vida intencional, que se caracteriza pela responsabilidade pessoal, pelo serviço aos demais e por uma vida espiritual significativa. Um estilo de vida sustentável relaciona-se com a ética na gestão do meio ambiente e na economia, com vistas a satisfazer as necessidades de hoje em equilíbrio com as necessidades das futuras gerações. (Miriam Salles)
É isso, queridos leitores. Se eu formo um sujeito pensante, independente do conteúdo específico adquirido na escola, ele, quando adulto, terá condições de buscar os conhecimentos que lhe são importantes, de forma crítica e reflexiva.
4 comentários:
Opa Elis,
Grande sacada a sua em fazer esta compilação/recorte das conversações.
Agora eu vou preferir vir aqui ler as principais ideias já publicadas do que ler na íntegra os vários textos :-)
texto já indicado lá no Greader :-)
Oi, Elis! Maravilhosa a compilação. Valeu!
Sobre a primeira citação, quem diz (vou parafrasear) que o limite do meu mundo é o limite da minha linguagem foi Ludwig Wittgenstein. Eu também amo essa frase!
Um beijinho!
Olá Elis,
Que legal essa ideia sua em compilar os textos, ler essa síntese propõem as pessoas uma leitura das postagens proposta pela blogagem coletiva.
Esse aprender em rede é que faz a diferença. Isso tá ficando bom demais.
Abraços
Oi, Elis, concordo com o Sergio. Boa sacada essa da compilação e vc costurou muito bem os recortes. Parabéns
Franz
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