quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2008 - Uma retrospectiva pessoal

Não costumo planejar muito. Gosto mais do acaso, embora acredite que o que recebo como acaso, já tenha sido escrito em alguma das muitas agendas passadas que possivelmente rabisquei. De qualquer forma minha meta de vida hoje é ainda me surpreender. Vivo com integridade e trabalho com dedicação, não guardo muitos papéis, nem adianto muito o serviço, estabeleço poucas datas, as imprescindíveis para superar o caos. E aguardo.

Esse ano foi um ano de algumas conquistas. Se tivesse que defini-lo numa palavra diria que foi o ano das parcerias.Profissionalmente comecei março com o encontro presencial realizado com a Apae de Joaçaba, depois de um ano de intercâmbio cultural (virtual). Um momento emocionante que selou minha amizade com a professora Janete com a nossa ida pra vizinha cidade que tem o melhor carnaval do sul do país.

Um problema de conexão me manteve "fora do ar" até junho (trabalho emperrado).Em junho, um novo projeto de intercâmbio envolvendo escolas especiais de Santa Catarina, Rondônia, Tocantins, Minas Gerais, São Paulo e Pernambuco.

Em agosto, através de uma parceria com a empresa Transforming, representante do Inspiration no Brasil, (software para criação de mapas conceituais) recebi do Senhor Ricardo Amoroso, diretor da empresa que se interessou pela minha pesquisa e utilização do software com crianças com deficiência, uma licença gratuíta para poder utilizá-lo em rede no laboratório.

Em final de setembro, com muitos projetos em andamento e feliz com os resultados, recebi um convite para assumir uma nova função na escola.Em novembro, a segunda etapa do encontro presencial e a vinda dos alunos de Joaçaba para Curitibanos, com um roteiro turístico de visitação e atividades de confraternização entre os alunos. (Emoções - parte 2)

Com o coração apertado por interrromper meus projetos e deixar meus pupilos, em novembro assumi o novo cargo.

Fiz amigos queridos e parcerias rentáveis. Vi meu filho crescer numa esperteza só e meu marido trabalhando mais do que sempre.

Termino o ano feliz, com algumas idéias em mente e uma única certeza. Um ano novo se inicia e eu quero poder vivê-lo intensamente.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Incluindo e aprendendo por meio da tecnologia - Divulgação no Informativo Cultura na Rede

Cultura na Rede é um projeto desenvolvido pela Gerência de Tecnologias Educacionais e Infra-Estrutura da Secretaria de Estado da Educação (GETEI/SED). Trata-se de um ambiente virtual voltado para os Núcleos de Tecnologias Educacionais e as Unidades Escolares do Estado de Santa Catarina. Na coordenação do projeto, Luiz Napoleão Vieira.

O informativo do mês de setembro traz nas páginas 07 e 08 um relato de parte do trabalho desenvolvido no laboratório de informática da Escola Especial Hugo Miguel Sulzbach- Apae Curitibanos.

Ao colega Luiz agradecimento especial pela oportunidade, incentivo e divulgação.

domingo, 5 de outubro de 2008

"Ensaios sobre a cegueira" reforça estereótipos incorretos

Depois de um tempo afastada organizando a vida, retomo as postagens desse blog com uma matéria apresentada no site International Business Time, sobre a polêmica gerada no lançamento do filme Ensaios sobre a Cegueira, baseado na obra de José Saramago. Estou ainda lendo o livro e o filme ainda não tive a oportunidade de ver.
Lendo a matéria fiquei pensando que as raízes do preconceito são tão profundas e tão profundamente imbrincadas na nossa forma de conceber e conceitualizar as coisas e o mundo que é muito comum as pessoas muitas vezes nem se darem conta que as pré concebem segundo uma visão distorcida da realidade com base em inferências e idéias cristalizadas em nosso imaginário. Acredito que isso acontece diariamente e que as pessoas passam a entender essas formas de pensamento como algo naturalmente concebido.
Estereótipos são muito utilizados para definir uma "minoria", uma forma que a "maioria" opressora encontrou de definir quem não se enquadra ou não se normaliza. Assim os estereótipos surgem como resultantes desse processo de criação de identidades sociais demarcando imaginariamente quem está dentro e quem está fora, quem pertence e quem não pertence, quem somos nós e quem são eles.
São bastante comuns por exemplo caracterizações como a de que todo síndrome de down é amoroso, todo surdo é agressivo, toda mulher deve ser boa dona de casa, homem que é homem não chora, gordinho é sempre simpático ou preguiçoso... Tais generalizações representam o senso comum, são idéias prontas que tranformam-se em verdades definitivas compartilhadas por grande parcela da população e que como motivadores de preconceito e discriminação devem ser abolidos.
Segue a matéria:
O longa do brasileiro Fernando Meirelles, "Ensaio sobre a Cegueira" continua a criar polêmica. O presidente da Federação Nacional de Cegos norte-americanos (NFB) Marc Maurer, disse que o filme reforça estereótipos incorretos sobre os portadores de deficiência visual.
Nesse contexto o NFB está a preparar um mega protesto contra o longa do brasileiro, que segundo Maurer, será o maior protesto nos 68 anos de história da NFB. As manifestações terão lugar nas salas de cinema de pelo menos 21 estados norte-americanos e foram marcadas para o dia de estréia do longa - o próximo dia 3.
A ideia dos protestos surgiu depois que sete pessoas ligadas à NFB, três delas invisuais, foram a uma sessão especial em Baltimore, na semana passada. Segundo o porta-voz da Federação, Christopher Danielsen, "todos ficaram ofendidos".
Segundo Marc Maurer, o filme retrata os cegos "como monstros". Para este dirigente associativo esta não é uma alegoria sensata para retratar o colapso da sociedade.
"Nós enfrentamos uma taxa de 70% de desemprego e outros problemas sociais porque as pessoas acham que não podemos fazer nada. E o filme não ajuda a melhorar a situação", frisa o porta-voz da NFB.
Na história, uma epidemia misteriosa provoca a cegueira nos habitantes de uma cidade sem nome, que apenas conseguem distinguir uma névoa. As vítimas são obrigadas a estar de quarentena. A actriz Juliane Moore, que faz de mulher do oftalmologista, é a única a não perder a visão, mas finge estar cega para ficar ao lado do marido.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Meme a quem é de meme, reconhecimento a quem não é...

Por indicação de seis queridos amigos blogueiros: a Regina, do Inclusão utilizando as Tecnologias de Informação e Comunicação, a Verônica, do Idéias em Blog, O José Roig, do Letra Viva , a Thaisa Montine do Quimilokos, a Bernardete do Caminhos e o Luiz Dhein recebi nesta semana o Prêmio Dardos. Estes memes nada mais são que o reconhecimento de um trabalho e é sempre bastante gratificante sermos lembrados nestas brincadeiras. As regras para recepção do prêmio implicam em:

Selo do Premio Dardos
  • Exibir a imagem do prêmio, como acima.
  • Criar um link para o blog que ofereceu o prêmio.
  • Entregar o prêmio para outros quinze blogs.

Seguindo a regra indico meus 15 blogs:

Caldeirão de Idéias do amigo Robson Freire

Na ponta dos dedos da colega de luta Andreia de Carli

ABC da Inclusão da Patricia Trigo

A Metamorfose da Libélula, da professora Raquel

Cultura na Rede, do meu amigo Luiz

Um olhar especial sobre a vida na terra, da amiga e professora Janete

Batista 2008, da minha querida amiga Loi

Educon Verde, da Jornalista Débora Menezes

Filosofando, do Gilberto Miranda

Da Colônia para o Mundo das professoras Marília e Roangela

Blogstórias Essenciais da professora Fátima Campilho

Carbono 14, do professor e amigo Daniel Giandoso

E não posso deixar de indicar os blogs dos colegas que me presentearam nessa brincadeira e que já estão linkados acima, afinal são blogs que visito com frequência e amigos por quem tenho muita admiração.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Inspiration

O Inspiration é um programa utilizado para criação de mapas conceituais. Já falei um pouco disso aqui. Excelente para se trabalhar com alunos de diferentes faixas etárias.

Recentemente foi lançada sua mais nova versão com funcionalidades diversas. Uma coisa que descobri recentemente é que além do banco de imagens já inserido no programa existem muitas outras possibilidades, basta clicar o nome em inglês, "house", por exemplo e aparecerão várias ilustrações de casa. Um outra possibilidade muito interessante é que podem ser inseridas figuras ou fotos do arquivo para a construção de qualquer tipo de mapa de acordo com o tema em estudo.

Uma infinidade de possibilidades a disposição do professor, um programa fantástico que estimula a memorização, a organização de idéias, a elaboração de conceitos e a criatividade. Vale a pena conferir.

Aqui um exemplo do que é possível fazer com ele:

(Clique para ampliarModelo de um mapa mental com o tema Olimpíadas

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Excepcionais...Em que?

Esta é uma semana diferente para todas as APAEs do Brasil. Com diferentes nomes, algumas ainda preservam o nome "Semana do Excepcional". Publiquei esse texto no ano passado no Conexão Especial, transcrevo ele aqui.

Planejando algumas atividades para esta semana me ocorreram algumas idéias que gostaria de partilhar com os leitores desse espaço.Esta é para todas as Apaes do Brasil uma semana especial, ainda que longe de ser excepcional.
Recheada de atividades e comemorações a Semana do Excepcional está ainda mais como uma semana de reflexões do que de comemorações.
Tivemos sim, algumas conquistas importantes, mas o caminho ainda é longo e a luta pelos ideais de cidadania e garantia de direitos da pessoa com algum tipo de deficiência ainda parecem um pouco distantes de se concretizarem plenamente.
Se pensarmos um pouco na trajetória histórica do deficiente talvez possamos entender melhor o porquê da pessoa com necessidades especiais ser ainda hoje, alvo de preconceito e discriminação.
A supervalorização e o culto ao corpo perfeito entre os gregos, a questão da deficiência tida como punição dos deuses entre os hebreus, a busca pela eugenia ( raça perfeita) pelos índios e povos nômades, caracterizado como método de seleção natural, são momentos da história em que tais práticas se justificavam, mas que não se sustentam nos dias de hoje, tendo em vista a evolução da espécie humana, do conhecimento, da cultura e da espiritualidade.
Escrevendo este texto, de forma bastante intencional e tomando o cuidado de traduzir com rigor o sentido da palavra, busquei no dicionário a palavra EXCEPCIONAL. Eis os sinônimos: relativo à exceção, anormal, excêntrico, extraordinário, esquisito, incomum. Um termo carregado de preconceito e que reforça o estigma de inferioridade que marca tão profundamente a pessoa com algum tipo de limitação ou deficiência.
De acordo com estatísticas 10% da população tem algum tipo de deficiência, mas o nosso grande desafio, digo nosso, referindo-me principalmente a nós educadores é deslocar a ênfase da deficiência para a da capacidade, das potencialidades, ou como já ouvi por aí: “ É preciso olhar o copo pelo que já foi preenchido e não pela parte que falta para enchê-lo.”É necessário pois, entendermos que estes 10% não representam uma porcentagem à parte, é preciso sim, que nos convençamos que esta parcela representa uma parte insubstituível do 100%. A isto chamo de inclusão.
Por falar em inclusão é bastante comum ouvirmos de pessoas ou de instituições que estas ACEITAM as pessoas com necessidades especiais, sem que se dêem conta daquilo que está oculto, por detrás dessa fala, expressão que reforça, ainda que de forma inconsciente nossa condição de superioridade. Ou seja, quando digo “eu aceito”, me julgo acima, melhor, com condições de.
É preciso revermos os parâmetros que definem normalidade e anormalidade, especial ou deficiente, inclusão ou exclusão. Analisando uma das produções de meus alunos, postadas neste blog, não pude fugir ao questionamento: “ Quem seria o deficiente nesta situação, eu ou ele?” Proponho a todos este exercício, acredito que esta reflexão possa também povoar a mente dos leitores deste texto.
E que possamos rever nossos conceitos...
Excepcionais??? Acho que excepcional é a condição de superação destas pessoas diante de tantas adversidades.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Amplisoft - Software Livre de Comunicação Alternativa

O projeto AMPLISOFT foi desenvolvido pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. É composto de aplicativos que possuem licença de Software Livre ( GPL ) e executáveis em ambiente Windows. Por serem livres, possuem seus códigos disponibilizados para download, assim como os pacotes de instalação. O objetivo geral dos softwares é propiciar uma melhora no sistema de comunicação alternativa através de técnicas que permitam uma utilização otimizada dos programas com o menor desgaste possível, como: predição e antecipação de palavras e símbolos, sintetizador de voz, autoclique e varredura.
O público a quem se destina os aplicativos são todas as pessoas que possuem algum tipo de limitação motora, que necessitem de auxílio de terceiros para se comunicar ou escrever e que possam ao menos usar um acionador.
Com o programa é possível criar pranchas de comunicação com material impresso, dispensando o uso do computador.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Childsplay

imagem da tela de apresentação do programa, indicando as categoriasChildsplay é um software para se trabalhar com crianças de diversas idades, desde as bem pequenas quanto aquelas em fase de alfabetização. Por sua riqueza de imagens e sons e pela simplicidade e facilidade de comandos é excelente para se trabalhar também com alunos com deficiência intelectual.
Faça o download aqui. Escolha o sistema operacional e siga as etapas conforme a configuração do seu computador.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Ah menino George...

Eu o vi crescer...franzino, de poucas palavras. Chegar à escola tímido, cabisbaixo, desconfiado -como boa parte dos alunos inicia - embora seus olhos cor de jabuticaba declarassem desde muito cedo toda sua esperteza.
Seu comportamento hoje chamou-me atenção. Peço para a turma aguardar um momento, estou ocupada com uma visita. Entre uma conversa e outra espio seu jeito. Concentradíssimo em frente ao computador ele olha, mexe, fuça, entra numa pasta, noutra...Eu indago:
_O que queres? Ele:
_ Aquele jogo que você me deu outro dia! Aquele!
Respondo que não está instalado naquele computador e peço que aguarde.
A conversa se estende, percebo sua inquietação. Ele levanta, troca de micro, ocupando um que ora está vago. Novamente, peço que se sente e aquiete.
Entreto-me com a conversa, esqueço-o por alguns instantes. A visita vai embora, retomo a aula dando as coordenadas para a próxima atividade. Paro, olho para ele que continua concentrado. Na tela, o jogo e ele pra lá e prá cá acompanhando com o corpo o movimento do carrinho. Lembro do jogo e do caminho que percorrera para executá-lo. Pastas dentro de pastas e várias etapas para finalmente fazê-lo funcionar. Não precisaram mais que duas ou três vezes me vendo fazer para que fizesse sozinho. Me espanto, deveria repreendê-lo, chamar sua atenção diante de sua desobediência, mas não consigo.
Em vez disso sorrio em pensamento, disfarçando a alegria que senti em vê-lo desobedecer-me.
Me orgulho, lembro-me de alguns dos primeiros objetivos do meu planejamento anual. Estão lá: desenvolver a autonomia, a iniciativa , capacidade de tomar decisões e de solucionar problemas, a intuição e a capacidade de formular hipóteses. Deixo passar... seu empenho e sua capacidade de superação estão acima da minha necessidade de manter o domínio e o controle sobre ele.
São deficientes...dEficientes. O que seriam se não fossem? Superdotados?
Como me surpreendem e como é bom ser surpreendida! Muitas vezes eu própria duvido! Chego a pensar que não há jeito, menosprezo suas capacidades... Algumas vezes, mais rápido do que esperava, aquela criança que passava o dia embaixo da mesa, escondido, como um animal acuado, de repente me olha e pergunta: O que vamos fazer hoje, professora?
Um misto de alegria, satisfação e orgulho tomam conta de mim. Bate o sinal, outra turma, outras histórias...Tantos Rudis, Denilsons, Ramons, Zés, Carlinhos... quantos Georges ainda desejo encontrar!

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Acessibilidade: além da ótica da caridade ou da obrigatoriedade

figura representando um cadeirante Roteiro de férias, aeroporto de Navegantes, SC. Do lado de dentro observo a movimentação na descida dos passageiros. Uma senhora, a última a descer é carregada por um moço. Algumas pessoas tentam auxiliá-lo dada a dificuldade diante do seu peso e pouca largura da escada o que dificulta a movimentação. Até que finalmente chega ao solo e é colocada na cadeira de rodas. Imaginei o transtorno que fora sua subida.
Esta semana li uma reportagem interessante, um site pornô para cegos que virou fenômeno cult nos Estados Unidos. Chamado Porn for the Blind (Pornô para cegos, em tradução literal), o site oferece clipes sonoros que trazem descrições, gravadas por voluntários, de cenas de sexo disponíveis na Internet. O dado que me chamou a atenção foi que somente no mês de abril o site recebeu mais de 150 mil visitas.
E o que uma coisa tem a ver com a outra?
Tem a ver que o Brasil tem, segundo dados do IBGE algo em torno de 25 milhões pessoas com algum tipo de deficiência, ou seja 15% da população ( censo de 2000 )
Tem a ver que 15% da população é um número bastante razoável e merecedor de atenção e investimentos.
Tem a ver que pessoas com deficiência também consomem, também podem produzir, gerar renda, capital social.
Tem a ver que pessoas com deficiência acessam internet e precisam de sites acessíveis, em contrapartida, geram tráfego, movimentam a economia.
Tem a ver que pessoas com deficiência já não ficam mais internadas em orfanatos ou trancadas em casa, elas estão aí. Também viajam, necessitam de transportes adaptados...
Tem a ver que está na hora de se parar de associar acessibilidade com custos e passar a associá-la a investimentos, lucros... se é assim que a sociedade funciona, é assim que deve ser vista.
Tem a ver que as coisas mudaram, que as pessoas com deficiência hoje também são diferentes, e começa haver, ainda que timidamente um despertar da sociedade para isso, mas é preciso acordar, abrir os olhos, vislumbrar possibilidades.
Na verdade nem precisaríamos estar discutindo essas coisas...Não deveríamos discutir o design universal. Design deveria ser universal por excelência. Design universal é para todos: deficientes, pessoas com mobilidade reduzida ou deficiência temporária, idosos, obesos, enfim...mas para isso é preciso haver uma consciência universal, holística...
Mas enquanto isso não acontece, continuamos falando em desenho universal, escola inclusiva e outras lógicas não tão lógicas...

domingo, 20 de julho de 2008

Oito coisas para fazer antes de morrer

Mais um meme...
Recebi da minha amiga Bernardete do Caminhos para Chegar.

1. Escrever uma lista com 8 coisas que sonhamos fazer antes de morrer.
2. Convidar 8 parceiros(as) de blogs amigos para responder também.
3. Comentar no blog de quem nos convidou.
4. Comentar no blog dos nossos(as) convidados(as), para que saibam da “intimação”.
5. Mencionar as regras.

Vamos lá:

Ter dinheiro pra viajar.
Comer e não engordar.
Trabalhar até a idade suportar, mas parar quando desejar.
Escrever um livro nem que seja pra dar.
Aprender a tocar violão e numa roda de amigos, cantar.
De asa delta um dia saltar.
Ter um cavalo pra cavalgar.
Morrer antes de caducar...

Passo a bola para alguns amigos queridos que me visitam e acompanham minhas postagens:

Verônica, do Idéias em Blog
Raquel, do Metamorfose da Libélula
Luiz, do Cultura na Rede
Eloí
Sindy, do Bloguinfo
Thaíza do Kimilokos
Janete, do Um olhar especial sobre a vida na Terra

domingo, 13 de julho de 2008

Hércules e Jiló

Fazia tempo que estava procurando, mas não conseguia encontrar o link para fazer o download. Encontrei, ele pode ser feito aqui.
O software educativo "Hércules e Jiló" foi idealizado para servir de apoio a intervenções pedagógicas no campo das Ciências Naturais, abordando conceitos relacionados com os seres que existem na Terra (diversidade, características, classificação, relações tróficas, ambientes naturais e construídos etc.).

Hércules é o nome de um menino, Jiló é seu cachorrinho. Eles não existem de verdade, mas se transformaram em personagens principais de um programa de computador educativo, criado na Faculdade de Educação (FE) da Universidade de Brasília (UnB). O programa oferece dez jogos que podem ser utilizados pelas crianças no próprio computador ou fora dele, desde que sejam impressos em papel e montados, como dominós. “Nossa idéia é mostrar que as crianças com necessidades especiais são capazes de aprender”, afirma a professora Amaralina Miranda, especialista na área que conclui no ano de 2005 o doutorado sobre o assunto, na Universidade Nacional de Educação à Distância, em Madrid, na Espanha. No programa, as imagens são alegres e coloridas para chamar a atenção e despertar o interesse pelo aprendizado.
Segundo a psicóloga, o programa é recomendado para crianças com necessidades especiais, mas pode ser utilizado por qualquer uma sem maiores dificuldades. Pelo material, elas entram em contato com as ciências naturais, com imagens animadas e as palavras correspondentes, seguindo uma linha Construtivista, que parte do princípio que a criança constrói o seu saber a partir das influências do meio e das situações de aprendizagem que ela vivencia. O diferencial é que o instrumento foi criado por pedagogos, entre eles o professor da FE, Gilberto Lacerda em parceria com bolsistas do curso de Engenharia de Software e não apenas por profissionais da Informática, o que é mais usual. Por isso, ele tem uma linguagem adequada e consegue atingir o público alvo.
O software já foi validado por 50 professores da Secretaria de Educação do Distrito Federal, que também deram sugestões para aprimoramento e foi aplicado em duas turmas, ao todo, com 18 estudantes, nas escolas da 410 sul e Escola Normal de Brasília. A experiência demonstrou que o programa é um excelente material de apoio ao trabalho docente, pois instiga no aluno construções mais elaboradas através do lúdico, ou seja, elas aprendem brincando.
Ao todo, 600 cópias do material financiado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) serão distribuídas por todo o país.
Para saber mais: Hércules e Jiló

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Entre iguais e diferentes

várias formas humanas sobrepostas As vezes eles me fazem rir; noutras, me emocionar; muitas vezes, pensar...
Uma aula, um bate papo virtual...
Ele, Ju...alegre, dócil, talentoso, mãos habilidosas, exímio dançarino, meiguice em pessoa, síndrome de down.
Conversa vai, conversa vem...eis que a professora chama para conversar um aluno...
Do outro lado, um menino de mesma síndrome.
Jú olha para a tela...seus olhos se iluminam , sua boca se abre num largo sorriso, ele exclama como se estivesse diante de um espelho:
_ Ele é igual eu!!!
Ô conversa animada! Dispensa até a apresentação, parece se conhecerem de longa data, muita coisa pra contar, muito por dividir...Uma identificação fisionômica... Mas não só. Talvez de sentimentos, de emoções...Talvez ele descubra que entre tantas pessoas, exista mais um com dificuldades, alegrias, frustrações, desejos, angústias semelhantes às suas.
Esse fato me fez pensar sobre a necessidade de identificação com nossos pares. O outro constrói a minha subjetividade, e muitas vezes, temos no outro o reflexo de nossa própria imagem, daí a necessidade de aproximação com nossos semelhantes. Necessitamos dessa convivência, desse (re)conhecimento.
Por outro lado, mesmo estes iguais são, sob um outro foco, totalmente desiguais.
De modo geral é comum termos uma idéia equivocada de que entre pessoas com deficiência intelectual existe uma universalidade de características comuns à todos, como se todo autista ou síndrome de down fosse exatamente igual à todos em condição semelhante, negando-se a substancialidade destes sujeitos. Não temos todos especificidades? Não somos todos diferentes uns dos outros? Por que com eles seria diferente? A deficiência é uma característica da pessoa, não a própria pessoa.
No entanto, reconhecer-se, identificar-se, ter necessidade da convivência com nossos iguais não significa isolar-se, segregar-se, excluir-se ou excluir.
Conceitos inseparáveis, igualdade e diferença parecem andar sempre juntas. Inclusão e exclusão também. Uma só existe em função da outra. Se tanto apregoamos a tal da inclusão é porque de fato ela ainda não existe, porque ainda existe preconceito, resistência à mudança, exclusão.
Na mesma proporção, necessitamos do convívio com nossos iguais e com nossos diferentes.
Do convívio com as pessoas surgem afinidades e discrepâncias, sendo ambas importantes para a formação do todo humano que somos. Entre iguais aprendemos a nos reconhecer; entre diferentes, a nos respeitar.

domingo, 22 de junho de 2008

Hibernando

urso polar dormindoOs termômetros chegando à casa dos quatro graus negativos no planalto serrano. Passei o final de semana praticamente hibernando, apenas uma pequena pausa para as refeições e uma passadinha por aqui quebraram essa rotina letárgica.
As mudanças climáticas não afetam apenas a vida selvagem, tive uma prova disso nesses últimos dias. A fome diminui se o corpo não necessitar se exercitar, o ritmo respiratório também...( sufocado embaixo das cobertas).
Gosto de muita coisa no inverno: a moda ( elegantérrima), chocolate quente, sopa de agnoline, pijama de flanela, família reunida em volta de fogão de lenha, pinhão na brasa, cobertor, abraço... Bom demais!
Mas gostei também dessa idéia de hibernar! De quebra ainda ia poder perder uns quilinhos. Tudo de bom!Pena que o ser humano descobriu outras formas de combater as adversidades climáticas...Agora, resta encarar o frio!